Mais de 500 abutres ameaçados de extinção morreram depois de comerem três elefantes mortos cujas carcaças foram envenenadas por caçadores furtivos, anunciou o governo de Botswana, em África, num comunicado esta quinta-feira, 20 de junho. Os 537 abutres e duas águias foram encontrados mortos numa das áreas de gestão de vida selvagem no país, no leste do Distrito Central.
Entre os animais mortos estavam 468 grifos-africanos (Gyps africanus), 28 abutres-de-capuz (Necrosyrtes monachus), 17 abutres-de-cabeça-branca (Trigonoceps occipitalis), 14 abutres-reais (Torgos tracheliotus), 10 abutres-do-cabo (Gyps coprotheres) e duas águias-rapace (Aquila rapax).
Todas estas espécies estão classificadas como ameaçadas ou criticamente ameaçadas pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.
"Acredita-se que o envenenamento tenha sido causado pelo consumo de três carcaças de elefantes contaminados com uma substância química venenosa que provoca uma mortalidade significativa em abutres e águias", disse o governo no comunicado.
O problema do envenenamento de animais levado a cabo por caçadores ilegais é de longa data, tornando as aves particularmente vulneráveis ao envenenamento, afirmou a African Wildlife Foundation (AWF).
"Como as aves se deslocam para procurar as carcaças de animais, elas também contribuem para identificar zonas onde ocorrem atividades ilegais de caça", disse a fundação no seu site. Os abutres e águias com hábitos alimentares necrófagos são vistos pelos caçadores furtivos como “denunciadores”.
Estas espécies ameaçadas são vitais para assegurar um ecossistema saudável e funcional, afirma a AWF. Ao alimentarem-se de cadáveres de animais em decomposição, os abutres desempenham um papel fundamental para manter o ambiente limpo e minimizar a propagação de doenças contagiosas.
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