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Milhafre-real que nidifica em França fez cerca de 1 500 km para passar o inverno em Portugal

Um milhafre-real (Milvus milvus) que nidifica em França percorreu uma distância de cerca de 1 500 quilómetros para passar o inverno no Nordeste Transmontano, onde encontra condições mais favoráveis de alimentação e clima durante esta estação do ano.

Fotografia Palombar.

Um indivíduo desta espécie foi registado no dia 17 de fevereiro por uma câmara de armadilhagem fotográfica colocada por técnicos da organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural na aldeia de Uva (concelho de Vimioso, distrito de Bragança). A ave foi também observada a sobrevoar a mesma aldeia noutros dias do mês de fevereiro. Este milhafre-real foi anilhado e marcado com marcas alares no dia 10 de junho de 2017 em Foug, no nordeste de França, e nidifica e reproduz-se desde 2019 em Villeroy-sur-Méholle, também em França, a cerca de 17 km do seu local de nascimento. Todos os anos, grande parte dos milhafres-reais originários da Europa Central migram até à Península Ibérica para passar o inverno, visto que é nesse território que encontra melhores condições de disponibilidade de alimento e climáticas. A invernada da espécie na Península Ibérica é considerada importante para a sua conservação. No censo europeu do milhafre-real invernante 2020, realizado entre 1 de janeiro e 2 de fevereiro, no qual a Palombar ficou responsável pelo distrito de Bragança, os técnicos da organização contabilizaram mais de 100 indivíduos (cerca de 108) e identificaram três dormitórios da espécie. Esta é uma das espécies-alvo de conservação do projeto ConnectNatura (www.connectnatura.pt) da Palombar, sendo igualmente beneficiada pelo projeto Sentinelas (www.sentinelas.pt) da organização, bem como pelo projeto LIFE Rupis (www.rupis.pt), do qual a Palombar é parceira. Sobre a espécie O milhafre-real é uma ave de rapina pouco abundante no território nacional. Está presente sobretudo na faixa fronteiriça oriental, distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja. A população invernante ocorre nessas mesmas áreas, mas também de uma forma dispersa por todo o sul do país. A sua população residente em Portugal tem um estatuto de conservação "Criticamente em Perigo", já a população invernante tem um estatuto "Vulnerável", segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. É uma ave que prefere habitats florestais associados a zonas agro-silvo-pastoris. A espécie é monogâmica e nidifica em árvores, normalmente de grande porte, e coloca entre um a três ovos. Ambos os progenitores cuidam das crias. Pode ocupar ninhos de outras aves de rapina florestais e também reutiliza ninhos de anos anteriores. No que se refere à sua dieta, tanto caça presas vivas, como também tem hábitos necrófagos. Animais silvestres de pequeno porte (micromamíferos, aves, peixes e invertebrados), cadáveres de animais e os restos e desperdícios urbanos integram a sua dieta. Atualmente, o milhafre-real está sujeito a várias ameaçadas no território nacional, como o abate a tiro, o uso de veneno e a redução da disponibilidade alimentar, entre outras. O projeto ConnectNatura O 'ConnectNatura – Reforço da Rede de Campos de Alimentação para Aves Necrófagas e Criação de Condições de Conectividade entre Áreas da Rede Natura 2000' é um projeto da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural que tem como objetivo a conservação de espécies estritamente e parcialmente necrófagas que constam do Anexo I da Diretiva Aves e que possuem um estatuto de conservação desfavorável em Portugal, em particular o abutre-preto (Aegypius monachus), o britango (Neophron percnopterus), o grifo (Gyps fulvus) e a águia-real (Aquila chrysaetos). Este projeto é financiado pelo Fundo Ambiental - Ministério do Ambiente e da Transição Energética e tem como parceiro o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). O projeto Sentinelas 'Sentinelas - marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal' é um projeto da Palombar –Conservação da Natureza e do Património Rural, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética. É desenvolvido em território da Rede Natura 2000 e tem como parceiro a Universidade de Oviedo, em Espanha. Saiba mais em www.sentinelas.pt O projeto LIFE Rupis O 'LIFE Rupis – Conservação do britango Neophron percnopterus e da águia-perdigueira Aquila fasciata no vale do rio Douro’ é um projeto de conservação transfronteiriço, cofinanciado através do programa LIFE da Comissão Europeia. Coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), o projeto Life Rupis tem mais oito parceiros: a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, a Associação Transumância e Natureza (ATNatureza), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Junta de Castilla y León, a Fundación Patrimonio Natural de Castilla y León, a Vulture Conservation Foundation (VCF), a EDP Distribuição e a Guarda Nacional Republicana (GNR). Saiba mais em www.rupis.pt

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